VIDA

Joanna de Ângelis

A Vida é uma oportunidade : Aproveite-a

A Vida é  beleza : Admire-a

A Vida é um dom: Aprecie-o

A Vida é um sonho : Realize-o

A Vida é um desfio : Aceite-o

A Vida é um dever :  Assuma-o

A Vida é um jogo : Jogue-o

A Vida é cara : Preserve-a

A Vida è um tesouro: Conserve-o

A Vida é amor : Saboreio-o

A Vida é um mistério : Aprofunde-o

A Vida é uma promessa : Cumpra-a

A Vida é tristeza : Ultrapasse-a

A Vida é uma canção : Cante-a

A Vida é uma luta : Trave-a

A Vida é um perigo : Enfrente-o

A Vida é uma aventura : Ouse-a

A Vida é sorte : Mereça-a

A Vida é preciosa : Não a destrua

A Vida é Vida : Lute por ela.

Divaldo Franco, Episódios Diários

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Francesco Guardi, "Veneza, vista da Praça com o Palácio Ducalle", óleo sobre tela, 115,5 x 78,7 cm

“Amor”

Joanna de Ângelis

O amor é de essência divina, porque procede de Deus e vitaliza o universo, sustentando a vida em todos os seus aspectos.
Em tudo se encontra pulsante, como manifestação do Divino Psiquismo.
Em todos os reinos é de fundamental significação, especialmente no ser humano, sem o qual a existência se torna destituída de sentido psicológico e desaparece, desarticulando os objetivos essenciais da Vida.
Amar é desafio que todos devem enfrentar com alegria, pois que, somente ele equaciona as dificuldades existenciais, ampliando os objetivos da inteligência e dos sentimentos.
Quem ama, conduz Deus no imo, irradiando-O em forma de bençãos que a tudo transforma e dignifica.
Divaldo Franco

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William Adolph Bouguereau, "O Amor e Psyche , crianças", 1889, óleo sobre tela, 71 x 119,5 cm.

Viver Agora


Este é o teu momento de viver intensamente a realidade da vida.

Desnecessário recordar que, agora, o teu momento presente é relevante para a aquisição dos bens inestimáveis para o Espírito eterno.

Há muito desperdício de tempo, que se aplica nas considerações do passado como em torno das ansiedades do futuro.

A tomada de consciência é um trabalho de atualidade, de valorização das horas, de realização constante.

A vida é para ser vivida agora.

Postergar experiências, significa prejuízo em crescimento na economia da vida.

Antecipar ocorrências, representa precipitação de fatos que, talvez, não sucederão, conforme agora, tomam curso.

As emoções canalizadas em relação ao passado ou ao futuro dissipam ou gastam a energia vital, que deve ser utilizada na ação do momento.

Se vives recordando o passado ou ansiando pelo futuro, perdes a contribuição do presente, praticamente nada reservando para hoje.

O momento atual é a vida, que resulta das atividades pretéritas e elabora o programa do porvir.

Encoraja-te a viver hoje, sentindo cada instante e valorizando-o mediante a consciência das bênçãos que se encontram à tua disposição.

A vida é um sublime dom de Deus.

Naturalmente, quando recebes um presente de alguém, sentes o desejo irrefreável de agradecer, de louvar, de bendizer.

Desse modo, agradece a Deus, o sublime legado, que é a tua vida, por Ele concedido.

Vive, jubilosamente, hoje, sejam quais forem as circunstâncias em que se te apresente a existência.

Se o instante é de aflição, resigna-te, agindo corretamente, e estarás produzindo para o futuro que te chegará com paz.

Se o momento é de gozo, recorda-te dos padecentes à tua volta e reparte alegria, ampliando o círculo de ventura.

Quem despertou para a superior finalidade da vida, vive-a, a cada momento, vivendo-a principalmente agora.

Extraída do Livro Alegria de Viver

Livro Psicografado por Divaldo Pereira Franco
Espírito Joanna de Ângelis

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Caravaggio, "Madona do Rosário" 1607, óleo sobre tela, 249,5 x 364,5 cm.

Convite ao Desprendimento

“Não ajunteis para vós tesouros
na terra, onde a traça e a ferrugem
os consomem, e onde os ladrões
penetram e roubam…”
(Mateus: 6-19.)

Desprendimento na qualidade de desapego, não de estroinice nem dissipação.

Todo e qualquer motivo que ata à retaguarda sob condicionamentos retentivos se transforma em cadeia escravizante.

Os objetos a que o homem se apega valem os preços que lhes são emprestados, constituindo-se elos a impedirem o avanço do possuidor, na direção do futuro…

Desapego, portanto, em forma de libertação do liame pessoal egoístico e tormentoso que constitui presídio e patíbulo para quem se fixa negativamente como para aquele que se faz vítima afetiva.

Liberta-se das aflições constritivas, asfixiantes, para marchar com segurança.

Doa com alegria quanto possas, generosamente.

O que distribuis com equilíbrio e lucidez multiplica-se, o que reténs reduz-se.

Abundância, como excesso, engendram miséria e loucura.

Distende assim, mão generosa na alfândega da fraternidade, mas liberta-te da emotividade desregrada, da posse afetuosa e objetos, animais e pessoas, porquanto mais carinhos que te mereçam, mais devoção que lhes dês, chegará o dia de atravessares o portal do túmulo, fazendo-o solitário, livre de amarras ou jungido ao que se demorará, a desgastar-se pela ferrugem, pelo azinhavre, corroído ou simplesmente em trânsito por outras mãos ante a tua tormentosa impossibilidade de reter e interferir.

Franco, Divaldo Pereira. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da Vida

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Eduard Manet, "CANTOR ESPANHOL", 1860, óleo s/tela, 114,3 X 147,3 cm.

Atualidade do Natal

Andando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo da inteligência e do sentimento com que a vida o enriqueceu, exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais para realizar-se. A insatisfação é a tônica do comportamento individual e social que vige na Terra. Aqueles indivíduos que experimentam carência de qualquer natureza lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia, que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se encontram afortunados, deixam-se dominar pelas extravagâncias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas de funestas conseqüências. As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia não os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo contrário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia ou da depressão nas quais estorcegam. Indubitavelmente trouxeram incomparável ajuda para a solução de diversos sofrimentos e situações penosas, de progresso material e social, porém, não conseguiram penetrar o cerne dos seres humanos, modificando-lhes as disposições íntimas em relação à existência terrena e aos seus objetivos essenciais. Considerando a vida apenas do ponto de vista material, sem as conseqüentes avaliações em torno do Espírito imortal, o comportamento materialista domina as mentes e os corações, que acreditam na felicidade em forma de valores amoedados, satisfações dos sentidos, destaque social e harmonia física… Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos descalabros comportamentais que jugulam os seres humanos aos estados primevos da evolução. Há conquistas do Infinito sem realização pessoal, sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade, que logo se transformam em esgares, situações invejáveis mas alicerçadas na miséria, na doença e no desconforto das pessoas excluídas… Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos ético-morais, logo se lhes apresentam os desapontamentos íntimos, e os conflitos se lhes instalam devoradores. Uma tormenta inigualável paira nos céus da sociedade moderna, ameaçando-a com tragédias inomináveis. Em período idêntico, no passado, salvadas as distâncias compreensíveis, veio Jesus à Terra. O mundo encontrava-se conturbado pelo poder mentiroso, pela falácia dos dominadores, pelas ambições desmedidas, pelas conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresvariadas… Predominavam o luxo e a ostentação em alguns segmentos da humanidade, enquanto nos porões do abandono em que desfaleciam, incontáveis criaturas espiavam angustiadas o passar do tufão devorador… Apareceu Jesus, e una aragem abençoada varreu o mundo, modificando-lhe a psicosfera. Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a insensatez, contra a indiferença dos fortes em relação aos seus irmãos mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo então vigentes e dominantes como hoje ocorrem…… Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma, ergueu-os do pó em que se asfixiavam, conduzindo-os na direção da glória estelar, demonstrando-lhes que a vida física é experiência transitória, e que os valores reais são os que pertencem ao Espírito imortal. Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a felicidade mediante o desapego e o despojamento das alucinantes prisões às coisas e às paixões materiais. Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e proporcionou a saúde temporária a quantos se Lhe acercaram, alentando-os com a certeza da plenitude após vencidas as etapas de regeneração e de resgate que todos os seres se impõem no processo da evolução. Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres e oprimidos, os esfaimados e sedentos de justiça, a quem ofereceu os preciosos recursos de paz. No entanto, quando acusado, abandonado, marchando para o testemunho, elegeu o silêncio, a submissão à vontade de Deus, a fim de ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com os maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores do mundo físico destituídos de utilidade . E permanece até hoje como o Triunfador não conquistado, que prossegue alentando os padecentes, convocando-os à transformação moral para a conquista dos imperecíveis tesouros internos do amor, do perdão, da caridade, da paz… Recorda-te de Jesus neste Natal e reaproxima–te dEle, analisando como te encontras e de que forma deverias estar moralmente, conscientizando-te do que já fizeste e de quanto ainda podes e deves investir em favor de ti mesmo e do teu próximo mais próximo, no lar, na rua, na humanidade… O Natal é presença constante do amor e do bem na atualidade de todos os tempos. Não te esqueças que a evocação do nascimento do Excelente Filho de Deus entre as criaturas humanas, é um convite para que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver desaparecido da tua emoção, ou prosseguir vivo e atuante nos teus sentimentos, convidados à construção da solidariedade, do dever e da lídima fraternidade que deve viger entre todos os seres sencientes que vagueiam no Planeta . E deixa que Jesus te fale novamente à acústica do coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te o poema imortal das Bem-aventuranças.

Franco, Divaldo Pereira. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 20 de setembro de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

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Rafael di Sanzio, "A TRANSFIGURAÇÃO", 1518-1520, óleo s/tela, 279,4 X 403,86 cm.

Agredido

Evidentemente sofres agressões. Do íntimo convulsionado, petardos mentais, contínuos, produzem-te desequilíbrios; de fora chegam as investidas da ignorância e da impiedade, que te dilaceram com profundos golpes.

São incontáveis as agressões:

vibrações perniciosas que exteriorizas ou absorves em comércio psíquico, agridem os outros, que revidam, inconscientes; palavras ácidas que proferes ou que te penetram, ferintes, quando enunciadas por outrem na tua direção; atitudes descorteses que assumes ou que têm para contigo e maceram teus sentimentos…

Sim, estás agredido, porque não conseguiste, ainda, a doçura que recolhe a animosidade sem revide, a biliosidade sem azedume, a investida do desequilíbrio sem revolta…

Açodado por fatores intrínsecos que te desarmonizam, não pudeste armazenar forças para o auto-burilamento, que te imunizaria contra as investidas perturbantes.

O espírita é alguém, que, encontrando a explicação dos motivos do sofrimento, penetra-se de luz e paz.

Revida mediante os métodos da confiança ilimitada em Deus, deixando à Vida as respostas mais úteis aos que a desconsideram.

Não toma nas mãos as rédeas da Justiça, armando-se de látego e baraço ou esgrimindo os recursos coarctadores nem os da punição.

Se não concorda com o erro e a criminalidade, não se transforma em julgador, ante age e produz corretamente, reagindo pela atitude positiva e elevada com que expõe a excelência dos conhecimentos que o vitalizam.

O triunfo dos agressores é semelhante a vapor que os vence no auge do êxito, enquanto a vitória dos agredidos é a paz do coração.

Toda aflição, pois, é recurso providencial de que a Vida se utiliza para aproximar-te da Verdade. Não recalcitres, nem sintonizes com aqueles que transitam nas densas faixas do primitivismo e da agressividade.

A vida na Terra por mais longa é sempre breve…

Felizes aqueles que concluem a jornada, quites, em relação aos deveres assumidos, podendo olhar para trás sem amarras nem, dependências de qualquer natureza, livres, após os embates terminados.

Incitado a adensar a massa dos atormentadores-atormentados, recorda Jesus e prossegue manso, sofrendo sem impor desespero a ninguém.

Asseverou-nos Ele, que todo aquele que “ganhar a vida, perdê-la-á”, enquanto o que a “perder, tê-la-a ganho”.

Assim informado não desfaleças e prossegue, agredido, porém, jamais agressor.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Celeiro de Bênçãos. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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Ferdinand Heilbut, "Boating on the Seine", óleo s/tela, c. 1875-1876.

A Grandeza do Amor

Nunca, antes de Jesus, o amor alcançara a qualidade de que se reveste, nem fora propagado como recurso de valor inestimável para a vida.

Na legislação de todos os povos, desde a origem da sociedade terrestre, sempre houve a preocupação de estabelecer-se códigos de respeito aos deveres aos senhores, aos líderes de quaisquer expressões sem total submissão aos poderosos.

Severa e destituída de misericórdia, impunham punições compatíveis com a gravidade do delito, e, às vezes, maiores, tornando-se cruéis, como ainda hoje infelizmente sucede em muitas nações atrasadas ou consideradas desenvolvidas, tecnologicamente avançadas…

Quando se sentindo agredido o cidadão, normalmente abandona a roupagem exterior da educação social e age com tão perverso grau de insensibilidade emocional, que repugna a razão, tornando-se verdadeiro déspota nos períodos de guerra ou de quaisquer outros conflitos, nos quais os seus interesses egoísticos se encontrem em jogo.

Os servos, os camponeses, o povo em geral, os sofredores e miseráveis sempre ficaram à margem, relegados ao abandono, longe de qualquer compaixão ou misericórdia dos dominadores.

Utilizados para os serviços mais sórdidos ou encaminhados aos crimes mais hediondos, permaneceram desprezados por séculos sucessivos… e quase até hoje.

Desde Moisés a João, o batista, todos os profetas e condutores do povo, dito eleito por Deus, usavam do respeito pelo seu coetâneo e do ódio em relação àqueles que se poderiam transformar em possíveis adversários em ocasiões imprevisíveis…

Ocasionalmente tratavam bem ao estrangeiro, não lhe permitindo porém uma real integração na sua sociedade fechada e rica de privilégios…

O gentio era sempre mal visto pelos filhos de Deus que, nesse conceito, não é Pai das demais criaturas…

Noutros povos do Oriente, de igual maneira, os sentimentos eram equivalentes, variando entre a justiça parcial e acomodada aos deveres imediatos, quase sempre sem os correspondentes direitos de que todos devem desfrutar….

Gregos e romanos, decantando a própria cultura, na filosofia e na ética, na estética e na moral, na arte e na política, nos jogos e nas guerras, não diferiam muitos dos orientais que, em algumas vezes, se lhes apresentavam na condição de modelos a serem seguidos em razão da sua ancianidade.

Mesmo Sócrates, alcançando o elevado patamar da sapiência, exaltou a liberdade de pensamento e de ação, a moral, os deveres para com a sociedade, para com a pátria, em relação à sobrevivência espiritual, sem maior preocupação com o amor na sua profundidade extraordinária…

Platão e Aristóteles, seu discípulo respeitável, filosofaram com sabedoria, reflexionando com nobreza, mas não se afervorando ao amor capaz de dignificar a vida e libertar o ser humano em torno das suas mais grandiosas necessidades…

Os romanos, por sua vez, fizeram-se os deuses das guerras e seus filósofos sempre exaltavam os seus feitos, embora os estóicos se transformassem em lições vivas de respeito ao sofrimento, com exceção de Sêneca, aos 65 anos, após escrever com beleza incomum obras humanas, admiráveis, suicidando-se vergonhosamente…

As culturas e as civilizações sucederam-se como camadas de areia que se acumularam sob a ação dos ventos das experiências evolutivas, sem que fosse estabelecido o primado do amor, como sendo de essencial significado para a iluminação do ser humano, os seus relacionamentos sociais, equacionando as dificuldades que davam lugar às guerras lamentáveis, orientando para o valioso recurso da solidariedade e da fraternidade, que sempre devem viger entre todos.

* * *

Israel, naqueles dias, respirava ódio, suspeitas fundadas e não justificadas, traição, aparentemente abandonado por Deus, como ocorrera no passado, durante a servidão no Egito e na Babilônia ou nos períodos em que esteve seviciado por outros povos que lhe atravessaram as fronteiras frágeis…

Nesse clima espiritual de ódio e de opressão, nasceu Jesus, e se iniciou com Ele a era do amor, demonstrando que a sua força muda a direção moral do planeta e dos seus habitantes sem a necessidade da agressividade, do crime, da astúcia e da morte…

Erguendo-se na montanha exaltou, como jamais ocorrera antes nem volveria a acontecer outra vez, os pobres e os oprimidos, os fracos e os miseráveis, os perseguidos e os mansos, desde que se resolvessem por abraçar a justiça, o bem, o amor, nas inolvidáveis estrofes da sinfonia das bem-aventuranças.

Nessa ocasião, o amor de Deus alcançou as multidões que se sentiam desprezadas e esquecidas, e Sua voz salmodiou com esperanças e consolações através de Jesus, em favor de todos aqueles que eram tidos como rebotalhos, sendo que alguns deles sequer constavam nas anotações do Livro dos Vivos…

Não se tratava porém de um amor piegas ou exaltado, mas de um sentimento de ternura infinita e de solidariedade incessante, de forma que desaparecesse a distância que os separava dos demais cidadãos respeitáveis, dos eleitos por Deus…

Não se concentrou apenas nessa diretriz, indo mais além, conclamando ao amor pelos inimigos, malfeitores, perseguidores, dando origem a uma visão psicológica especial jamais dantes percebida.

Nesse amor aos ingratos e perversos, aos insanos pela inveja e insensatos, Jesus demonstrou a excelência do sentimento que felicita aquele que o possui, tornando-o realmente feliz, embora sendo a vítima e por isso mesmo.

O inimigo é um enfermo da alma, é alguém perdido em si mesmo, que não se respeita e, por esta razão, se detesta, incapaz de vencer a mesquinhez em que se refugia e a inferioridade moral de que se dá conta, transferindo essa desdita para outrem, aquele que lhe é melhor, que considera acima do seu patamar, comprazendo-se em malsiná-lo, infelicitá-lo, seguindo-o com fúria animal…

Bem compreendido e amado, o inimigo torna-se um benfeitor daquele que lhe padece a insânia.

Primeiro, porque se faz mecanismo de resgate dos erros transatos cometidos contra a vida, que lhe pesam negativamente na economia moral-espiritual. Em segundo lugar, por saber que o adversário vigia-o, segue-o, destila vibrações deletérias na sua direção, que somente assimila se entrar em sintonia com as mesmas, revidando-as com igual sentimento.

Assim vigiado, ouve a catilinária das acusações que lhe são feitas e averigua a sua legitimidade ou não, retificando-se naquilo que mereça correção e não considerando o que seja destituído de fundamento.

Sem afligir-se com a injustiça, alegra-se por poder compreender o estágio em que o inimigo se encontra e as razões porque o persegue.

O amor aos criminosos é de alta magnitude pelo sentido de compaixão de que se faz acompanhar, refrigerando a alma que o preserva.

Teste valioso de autodescobrimento, coroa os esforços íntimos em favor da paz e da felicidade de todos, começando pelo adversário.

* * *

Ninguém antes concedeu ao amor a glória que merece, por ser a alma do Universo no pulsar do pensamento divino, senão Jesus.

Vinculando todos os seres sencientes o amor expande-se na direção de todas as coisas, mesmo as inertes, ensejando alegria de viver e razões para lutar.

Pela sua extraordinária qualidade moral, Jesus viveu-o e fez-se o Amor-não-amado, que nunca cessa de amar.

Tenta, portanto, o amor, em qualquer situação, quando falhem as outras técnicas de comportamento, e nunca mais deixarás que ele esmaeça em tua mente e no teu coração.

Joanna de Angelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião
mediúnica da noite de 12 de novembro de 2007, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 15.10.2009.

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Edouard Manet, "DUAS ROSAS SOBRE UMA TOALHA", c. 1882-1883, óleo s/tela.

Morte Suave

A eutanásia continua gerando polêmicas em todo o mundo e mantém divididas as opiniões. Existem os que defendem a sua legalização, primando pelo que dizem ser o direito de morrer com dignidade.
Mas o que será morrer com dignidade? Será fugir ao sofrimento, abandonando prematuramente o corpo?
Será furtar-se à espera angustiante de uma morte que, conforme o diagnóstico médico, logo atingirá o ser?
A dignidade de morrer se situa na resignação, na conduta mediante a qual a criatura enfrenta a morte.
Para quem sabe que a dor somente atinge a quem necessita, que não se é dono do próprio corpo, pois que nos foi dado por Deus, por empréstimo, a fim de vivermos no planeta que nos acolhe, fica claro que não se tem o direito de programar a maneira mais agradável de morrer.
O dever é sempre de preservar o corpo para que ele cumpra a finalidade para a qual foi elaborado.
Os últimos instantes, na enfermidade, podem significar a glória ou a infelicidade no além-túmulo.
Cada um sofrerá apenas o de que necessite. Depois se libertará. O padecimento está na razão direta dos débitos assumidos nesta ou em outras vidas.
Numa época em que habitualmente se morre nos centros de terapia intensiva, ligados a aparelhos múltiplos, ou nas camas de hospitais, longe dos familiares, morrer com dignidade pode significar simplesmente estar com a família, permitir-se alguns desejos simples, despedir-se, partir em paz.
Recordamos de uma jovem estudante de enfermagem que, ao ter o diagnóstico de morte breve, por enfermidade grave que lhe comprometeu a saúde em poucas semanas, manifestou o desejo de retornar ao lar, deixando o hospital.
Desde que não havia nada mais a ser feito, ela teve a possibilidade de ser levada para casa.
Seus desejos se resumiam em assistir, com detalhes, o nascer do sol em plena madrugada. Vê-lo surgir radioso, plenificando de luz a manhã.
Depois, enquanto ainda a relva se encontrasse umedecida pelo orvalho, andar descalça a fim de sentir o frescor do dia na sola dos pés.
Finalmente, ansiava ver sua sobrinha lambuzar-se com um bombom de chocolate, ao deliciar-se com ele.
Nas horas que lhe sobraram, ela fez o inventário de seus pertences e os foi destinando a parentes, amigos, colegas.
Na calma da noite, ela se entregou ao sono e não mais despertou na carne.
Morreu serena, lembrando que o Mestre Jesus, na cruz, antevendo a morte, ergueu os olhos aos céus e orou: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.
* * *
Os que, em plena saúde defendem a eutanásia, podem alterar a sua forma de encarar os fatos quando se apresentem enfermos física ou mentalmente. Isto porque, a cada instante, muda-se de emoção e de outra forma pode-se passar a se considerar os acontecimentos.
A aplicação da eutanásia se constitui em homicídio, pois que a vida é patrimônio de Deus.

Redação de “Mundo Maior”, com base no cap. 9, do livro Alegria de viver,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

William Bouguereau "ELEGIA" 1899, óleo sobre tela.

 

Deus Sabe

Há momentos muito difíceis, que parecem insuperáveis, enriquecidos de problemas e dores que se prolongam, intermináveis, ignorados pelos mais próximos afetos, mas que Deus sabe.

Muitas vezes te sentirás à borda de precipícios profundos, em desespero, e por todos abandonado. No entanto, não te encontrarás a sós, porque, no teu suplício, Deus sabe o que te acontece.

Injustiçado, e sob o estigma de calúnias destruidoras, quando, experimentando incomum angústia, estás a ponto de desertar da luta, confia mais um pouco, e espera, porque Deus sabe a razão do que te ocorre.

Vitimado por cruel surpresa do destino, que te impossibilita levar adiante os planos bem formulados, não te rebeles, entregando-te à desesperação, porque Deus sabe que assim é melhor para ti.

Crucificado nas traves ocultas de enfermidade pertinaz, cuja causa ninguém detecta, a fim de minimizar-lhe as conseqüências, ora e aguarda ainda um pouco, porque Deus sabe que ela vem para tua felicidade.

Deus sabe tudo!

Basta que te deixes conduzir por Ele, e sintonizado com a Sua misericórdia e sabedoria, busca realizar o melhor, assinalando o teu caminho com as pegadas de luz, características de quem se entregou a Deus e em Deus progride.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Filho de Deus. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada.
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Frans HalsFrans Hals,”Pieter van den Broecke”, 1633, óleo s/tela, 71,2 x 61 cm.