Ricardo Tavares Baraviera.
Muitos, pela história, fizeram (e fazem) da mediunidade uma forma de mistificação. Por meio de predições vazias e ilícitas, iludiram, sem distinção, de pobres a reis, tornando útil e necessária a proibição imposta por Moisés ao seu exercício. Contudo, tal proibição tem o mesmo caráter da que impediu o consumo de carne bovina provinda da Inglaterra à época da “doença da vaca louca”. Cessado o problema, a carne inglesa voltou a ser exportada. Da mesma forma, há muito a restrição mosaica perdeu sua razão.
E que prova maior pode haver que a missão de Chico Xavier? Além da humildade demonstrada desde a tenra idade, a partir do desenvolvimento dos dons mediúnicos, Chico Xavier foi dos mais disciplinados seguidores dos ensinamentos do Cristo, apagando dúvidas ainda disseminadas de que a mediunidade seria contrária ao Evangelho do Mestre Nazareno. Basta pegar, ao acaso, sem idéias preconcebidas, qualquer uma das obras psicográficas de Chico, para verificar a presença da essência Cristã. Se não é possível servir a mais de um senhor, como ensinou Jesus, evidencia-se o Senhor a quem Chico se reportava.
Chico Xavier transcendeu o Espiritismo e, mesmo, qualquer das demais religiões, angariando admiradores por todas as partes, como é usual ao verdadeiro seguidor de Deus. Com sua obra psicográfica, deu continuidade à Codificação Kardequiana, ampliando o conhecimento Espírita. Seu desencarne gera saudades profundas, mas, como aprendemos em seus livros, a partida é apenas a viagem a nossa verdadeira morada, enquanto a vida encarnada é um átimo na evolução. Sem o corpo decrépito lhe era um obstáculo, Chico Xavier pode continuar sua obra caritática por todas as partes, sem limites. Que Deus o Abençoe no novo mister.